O dia foi comemorado com passeata e atividades na Praça dos Pioneiros
Com gritos de “Cuidado, sim. Exclusão, não!” estudantes do curso de Psicologia da Universidade do Vale do Rio Doce (Univale), alunos de Medicina da UFJF, profissionais de saúde do município e pacientes da rede de saúde mental realizaram uma passeata da Praça Serra Lima até a Praça dos Pioneiros na tarde de hoje (17). A atividade teve o intuito de marcar o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, que é comemorado no dia 18 de maio, e de encerrar a programação da 2ª Jornada de Psicologia realizada pela Univale durante esta semana. A iniciativa é do Núcleo de Psicologia da universidade juntamente com a Prefeitura, por meio das secretarias de Saúde; Assistência e Cultura, Esporte, Lazer e Juventude.
Os manifestantes vestiam roupas alvinegras. De acordo com a professora de Psicologia da Univale, Bruna Rocha, a cor branca é uma alusão a luta antimanicomial e a preta, ao combate a exploração de crianças e adolescentes. “Precisamos conscientizar sobre a importância de termos dispositivos e políticas públicas que sejam substitutivas de hospitais psiquiátricos e das pessoas serem tratadas em seus territórios, com tratamentos humanistas e conforme suas individualidades. Também queremos alertar para alta taxa de abuso sexual de crianças e adolescentes.”, explicou.
Após a passeata houve show com a banda do curso de psicologia, apresentação cultural de usuários da saúde mental, aula de dança com as professoras de educação física do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), declamação de poesia por professores e alunos de Psicologia e show musical com Sabrina Moura. Além disso, quem passou pela Praça dos Pioneiros pode conhecer um pouco da história da reforma psiquiátrica que foi retratada em cartazes pelos alunos de Psicologia, conhecer um pouco dos artesanatos e pinturas feitas pelos usuários da saúde mental atendidos pelo Centro de Convivência e obter informações nos estandes do Centro de Atenção Psicossocial (Caps II), Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps III), Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil (Caps-i) e Centro de Referência em Saúde Mental (CERSAM).
A coordenadora da rede de atenção psicossocial do Município e professora de Psicologia da Univale, Solange Nunes Coelho, falou sobre a importância do movimento. “Essa luta começou em 1987 após os profissionais da saúde mental organizarem um manifesto público a favor da extinção dos manicômios. Os usuários da saúde mental são vulneráveis e precisam ter qualidade de vida, qualidade no tratamento e convivência familiar. Aqui em Valadares temos a rede de atenção psicossocial completa, desde a atenção básica ao hospital, que fornece a eles um tratamento ambulatorial mais humanizado”, enfatizou.
Paciente do CERSAM Leandro Dias de Oliveira destacou a importância da data não cair no esquecimento. “Antes havia muitos manicômios e as pessoas sofriam muito com choques e isolamentos. As pessoas não podem ficar isoladas, presas e é muito importante estarem perto de seus familiares e serem apoiadas por eles. Temos que sempre falar sobre a luta antimanicomial para que ela não seja esquecida”, destacou.
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