“Foram momentos dolorosos. Não temos como prever qual será a reação das pessoas. Nesse momento, o fato de ser mulher faz com que a percepção de acolhimento, de abraço, seja real”.
Lucinéia Carvalhais
Médica infectologista
“No momento de dor, a sensibilidade das mulheres, com certeza, acalma o coração de quem está sofrendo”, diz a médica infectologista Lucinéia Carvalhais, sobre seu trabalho no IML/Acadepol, durante o serviço de identificação das vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho.
Ela fez parte do Grupo de Resposta Rápida da Saúde, que reuniu 95 profissionais, entre enfermeiros, médicos e psicólogos, que ficaram de prontidão, acolhendo familiares das vítimas da tragédia, inicialmente, durante três dias. Sem descanso.
Lucinéia, que trabalha no Hospital Eduardo de Menezes, como infectologista, desde 1998, conta que o grupo multidisciplinar é preparado para atender rapidamente, em casos de sinistros e ocorrências como essas. Além do apoio emocional, os integrantes foram os responsáveis pela coleta de material genético para identificação dos mortos.
Acostumada a trabalhar sob intensa carga emocional, a médica garante que está preparada. “Estamos num hospital referência e sempre preparados para atuar, até no caso de um surto de ebola”.
Lucinéia diz que, coincidentemente, 95% da equipe envolvida no trabalho de Brumadinho foi composta por mulheres e que a maioria foi recrutada via rede social, através de grupos da saúde. “O rompimento ocorreu no início da tarde do dia 25 de janeiro. Na manhã seguinte, dia 26, o grupo estava completo. Essa é nossa função: responder rapidamente em casos de epidemias, acidentes de grandes proporções e estar sempre preparados para atuar”, garante.
Site Agencia Minas – Divulgação A médica infectologista, Lucinéia Carvalhais (Crédito: Marco Evangelista/Imprensa MG)