“O Departamento de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, sigla em inglês) está de olho em você”, segundo um novo relatório divulgado pela American Civil Liberties Union (ACLU).
Os documentos divulgados pela organização sem fins lucrativos detalham a existência de um banco de dados grande e de manutenção privada que rastreia os números das placas e os dados de localização do motorista. “O ICE está usando estas informações para encontrar aqueles que podem estar ilegalmente nos EUA”, disse o relatório.
Mantido pela Vigilant Solutions, o sistema contém bilhões de pontos de localização de veículos e agora está disponível para a agência de imigração sob um contrato de US $ 6,1 milhões.
“O ICE há muito tempo adotou a tecnologia para atingir os imigrantes”, escreve o advogado da ACLU, Vasudha Talla. “Agora está levando a vigilância a um nível sem precedentes para atingir as comunidades vulneráveis e varrendo todo mundo no processo”.
De acordo com o relatório, as agências de aplicação da lei compartilharam aproximadamente 1,5 bilhão de registros sobre o paradeiro de motoristas, obtidos por meio de câmeras secretas que captam os números das placas para rastrear criminosos ou aqueles que cometeram infrações de trânsito.
Fixadas em viaturas policiais ou posicionadas em sinais de trânsito e pontes, os leitores automatizados de placas fotografam e capturam informações de localização de todos os veículos que passam.
O banco de dados continua a crescer em ritmo acelerado, com uma média de 150 a 200 milhões de “snapshots” exclusivos de placas de veículos adicionados por mês. Derivada das cidades mais populosas do país, ele oferece ao órgão de fiscalização um roteiro detalhado das idas e vindas das pessoas ao longo de vários anos.
Mais de 9.000 agentes do ICE têm acesso às informações, levantando preocupações sobre as implicações de privacidade e liberdade civil – não apenas para os imigrantes rastreados pela agência de imigração, mas também para os milhões de motoristas cujos detalhes pessoais estão à disposição.
“A agência não usa informações para encontrar indivíduos que não têm conexão com as atividades de investigação ou fiscalização do ICE”, disse o porta-voz Matthew Bourke. Mas os departamentos de polícia – que também podem comprar acesso ao banco de dados – abusaram das informações de localização no passado para acompanhar parentes, amantes e jornalistas, entre outros.
Muitas “cidades-santuário”, como New York e Los Angeles, têm leis que limitam a cooperação policial com a imigração.
O contrato, que começou em fevereiro de 2018, é a terceira tentativa do ICE de obter informações de imigrantes. A primeira, em 2014, foi anulada pelo Departamento de Segurança Interna devido a preocupações com a privacidade. Outro esforço, no ano seguinte, se dissipou depois que as negociações orçamentárias caíram.
Fonte Divulgação: Redação Site Braziliantimes
