A média de participação feminina nas competições é de cinco mulheres
O Campeonato Brasileiro e Internacional de Parapente começou no último domingo (7) e embora o esporte seja bem democrático, as mulheres ainda são minoria entre os participantes da competição. Nesta primeira etapa da disputa, dos 125 inscritos só três são mulheres (duas brasileiras e uma russa).
Marcela Uchôa é a atual campeã brasileira e em outubro do ano passado bateu em um só dia três recordes mundiais: 410,72 km distância livre feminino (do local de decolagem até o local do pouso), 377 km goal declarado feminino (maior voo até um ponto determinado) e 414, 5km distância livre passando por 3 pontos On line Contest (OLC), que é um voo em linha considerando três pontos: ponto de saída, um ponto ao longo da rota e um ponto final. Marcela acredita que talvez as mulheres fiquem com receio de participar já que o esporte é dominado pelos homens. “Graças a Deus meu pai sempre foi tranquilo, mas ouvi muitas histórias de pais que acham ruim da filha participar por ter muitos homens neste esporte. Mas no parapente não há muita diferença entre homem e mulher a não ser o tamanho da vela. Acho que na competição dá para ter bastante igualdade entre os sexos”, enfatizou.
A pilota russa, Anna Darchenkova, costumava voar pelo mundo fazendo voo duplo. Passou a acompanhar o namorado, o piloto americano naturalizado brasileiro, Richard Pethigal, nas competições. Recentemente começou a competir e já foi campeã na Rússia, Índia e Turquia. “Fiquei surpresa por só ter três mulheres nesta competição. Eu não tenho ideia porque somos a minoria no esporte. Talvez por ser um esporte perigoso, os homens se arrisquem mais.” A paranense Raquel Pereira Cândido, que começou a voar há dois anos e meio, estreou nas competições em 2018 e segundo a piloto, no seu estado há mais mulheres voando. “A gente tem um pouco de dificuldade para carregar o peso do equipamento, mas não acho que isso seja um empecilho. Talvez falte incentivo para mais mulheres participarem de esportes radicais”.
Para o juiz geral da competição, Dioclécio Rosendo de Lima, o número menor de mulheres tem relação direta com a formação. “O voo livre é um esporte que para se iniciar requer certo esforço no campo, puxando o parapente ou correndo com a asa-delta morro abaixo. Agora no voo em si não tem dificuldade nenhuma para mulher. Os dois sexos no comando de um parapente enfrentam as mesmas dificuldades. Um exemplo é a Super Final da Copa do Mundo de Parapente, em Baixo Guandu, onde uma mulher ficou entre os cinco primeiros. A Marcela Uchoa segue esse caminho e espero que daqui a um ou dois anos ela brigue entre os dez primeiros. Acredito que a diferença vem na formação que ainda está voltada para os homens, mas quem sabe com o sucesso da Marcela e de outras, mais mulheres se interessem. O esporte tem tudo a ver com elas: visual, contato com a natureza, a própria sensibilidade de navegar nos ventos em contato com as nuvens. Acho que falta um pouco mais de atrativo na formação”, enfatizou.
Provas
Ontem (7), a primeira prova da competição foi de 70 km, passando por Capitão Andrade, Alpercata, Engenheiro Caldas e goal em Alpercata. Mais de 70 pilotos chegaram ao goal. Os três primeiros colocados foram Rafael Saladini (RJ), Erico Oliveira (RJ) e Jarbas Batista de Mello (RS). O melhor valadarense foi Leonardo Silveira Machado que foi 31. A primeira mulher a completar a prova foi Marcela Uchoa, que ficou em 40.
A prova desta segunda-feira (8), segundo dia da competição, teve percurso de 71.1 km. Os pilotos receberam o desafio de passar por São Vitor, Tumiritinga, Alpercata e goal em Geraldo Farias, uma comunidade do distrito de Brejaúba.
A competição é realizada pela Associação de Voo Livre Ibituruna, com apoio da Prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Juventude (SMCEL) e supervisão da Confederação Brasileira de Voo Livre (CBVL).
Divulgação da Noticia – Secretaria de Comunicação e Mobilização Social GV – Foto