‘Eles iriam matá-la’, desabafa parente da adolescente.
Suspeito era ex-namorado e cometeu crime por vingança, diz parente.
A adolescente que foi vítima de um estupro coletivo em uma comunidade da Zona Oeste do Rio fez um desabafo e agradeceu as mensagens de apoio na noite desta quinta (26) na internet. “Venho comunicar que roubaram meu telefone e obrigada pelo apoio de todos. Realmente pensei que seria julgada mal”, escreveu a jovem.
A polícia pediu a prisão de quatro homens que teriam envolvimento no crime. Um deles é Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos, com quem a adolescente tinha um relacionamento, Marcelo Miranda da Cruz Correa, de 18 anos, Michel Brazil da Silva, de 20, e Raphael Assis Duarte Belo, de 41. Segundo a família da menina, o rapaz com quem a jovem já havia tido um relacionamento e que ela conheceu na escola, teria agido premeditadamente.
“Um deles é namorado dela, tinha sido namorado dela, que ela conheceu na escola. E isso foi uma vingança dele. Ele fez isso com ela e chamou mais 30 para fazer o mesmo. O pai dela nem aguenta falar que chora muito. Um ser humano que é capaz de fazer isso com uma menina de 16 anos só, cheia de sonho, né? E eles fazem isso. A família está assim, sem palavras”, lamentou.
A polícia pede que qualquer pessoa que tenha informações sobre um dos suspeitos de participação nesse crime entre em contato com o Dique-Denúncia através do telefone 2253-1177.
A família da adolescente disse que a família ainda se sentiu aliviada pela vida da garota ter sido poupada. “Esse agente comunitário que veio trazê-la [para casa] eu acho que ele foi uma pessoa que salvou a vida dela, porque eles iriam matá-la. Porque é isso que eles fazem, né. Não é normalmente a história que a gente conhece? Eles estupram e matam”, disse a parente da adolescente.
A polícia já identificou pelo menos quatro homens envolvidos no crime. A adolescente de 16 anos foi estuprada no sábado (21) numa comunidade da Zona Oeste. Em depoimento à polícia, ela disse que foi até a casa de um rapaz com quem se relacionava há três anos. Ela se lembra de estar a sós na casa dele e só se lembra que acordou no domingo, em uma outra casa, na mesma comunidade, com 33 homens armados com fuzis e pistolas. Ela destacou que estava dopada e nua.
A garota retornou para casa na terça-feira (24). “Ela chegou descalça, descabelada, com aspecto de que tinha se drogado muito e com uma roupa masculina toda rasgada. Provavelmente eles deixaram ela nua e ela vestiu aquilo pra vir em casa”, contou a parente. A família teria questionado a menina o que havia acontecido, mas ela não revelou nada.
Ainda na terça-feira, segundo contou a pessoa da família, menina teria voltado à comunidade para tentar reaver seu celular, que foi roubado. Um agente comunitário foi quem a acolheu, ao perceber como ela estava, e a conduziu para junto da família novamente.
A família só soube do estupro na quarta-feira (25), quando fotos e vídeos exibindo a adolescente nua, desacordada e ferida estava sendo compartilhado na internet pelos agressores, que ironizam o próprio crime.
“Eu a mãe, a gente chora quando vê o vídeo. O pai dela não aguenta falar que chora muito. Nosso sentimento é de tristeza, de indignação, estamos estarrecidos de ver até que ponto chega a maldade humana, né. A família está, assim, sem palavras, consternada”, desabafou a avó da garota. A ouvidoria do Ministério Público recebeu mais de 800 denúncias sobre esse caso.
Nesta quinta-feira (26) a adolescente foi ao médico e tomou um coquetel para evitar doenças sexualmente transmissíveis. A Secretaria Municipal de Saúde disse que ela vai ter acompanhamento psicológico.
A OAB do RJ disse, em uma nota de repúdio, que um ato repulsivo como este nos mostra que precisamos combater diariamente a cultura do machismo. A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal divulgou uma nota pedindo rapidez e rigor na identificação de todos os envolvidos.
ONU pede justiça para o caso de estupro coletivo no Rio de Janeiro
A Organização das Nações Unidas pediu justiça para o caso da menina de 16 anos abusada por 33 monstros, no Rio de Janeiro. E além deste ato hediondo eles ainda divulgaram um vídeo e fotos na internet. Um crime que chocou o Brasil.
No frio de 14 graus em Curitiba na última noite (27), 40 pessoas se uniram pra prestar solidariedade à jovem estuprada no Rio de Janeiro. Os organizadores disseram que a vigília é pelo fim desse tipo de crime.
Nas redes sociais, pessoas de todo o país pedem rigor nas investigações e na punição aos criminosos: “não foram 30 contra uma, foram 30 contra todos. Exigimos justiça”, diz um post. Em outro: “uma covardia o que fizeram com essa menina”.
As mensagens são de indignação e também de apoio à vítima: “essa notícia tá doendo em mim”. E “nojo desses 30 seres que se dizem homens”.
O estupro coletivo aconteceu em uma favela na Zona Oeste do Rio e Janeiro.
A adolescente de 16 anos contou à Polícia que no último sábado (21) ela esteve na casa de um rapaz com quem tinha um relacionamento. Eles estavam sozinhos e depois ela só se lembra que acordou no domingo em uma casa, na mesma comunidade, com 33 homens armados com fuzis e pistolas. Ela estava dopada e nua. A família só descobriu quando soube do vídeo e das fotos na internet.
Um parente dela falou, por telefone, sobre o que aconteceu: “nosso sentimento é de tristeza, de indignação, nós estamos estarrecidos de ver até que ponto chega a maldade humana, né?”
Na quinta-feira (26) a adolescente passou por exames e tomou um coquetel de remédios para evitar doenças sexualmente transmissíveis. Ela vai ter acompanhamento psicológico.
A polícia pediu a prisão de quatro homens que teriam envolvimento no crime. Um deles é Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos, com quem a adolescente tinha um relacionamento. Os outros são Marcelo Miranda da Cruz Correa, de 18 anos. E Michel Brasil da Silva , de 20 anos – suspeitos de divulgar as imagens na internet. O quarto acusado é Raphael Assis Duarte Belo, de 41 anos. Ele aparece ao lado da vítima em uma foto. Raphael já trabalhou como apoio a operador de câmera nos estúdios Globo, de onde foi desligado em agosto dde 2015. A Polícia não sabe a profissão atual dele.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) classificou o crime como uma barbárie, como afirma Daniela Gusmão: “é um crime que violenta todas essas mulheres não apenas essa menina de 16 anos. Quem tem essas imagens, quem distribui, que assiste. Todos cometem crime”.