As investigações tiveram início a partir de irregularidades constatadas pela fiscalização em trabalhos de auditoria, especificamente após análise do quantitativo de notas fiscais recebidas e emitidas pelas empresas contribuintes. A confrontação de valores revelou indícios da venda de cigarros de palha e cachaça em grande quantidade, sem documentação fiscal.
O grande volume de produção e venda não declarados gerou um lucro que, de acordo com as investigações, pode ter sido usado para a aquisição de mais de uma dezena de imóveis em bairros nobres de Belo Horizonte e Nova Lima. Estima-se que a prática da sonegação tenha ocasionados prejuízos da ordem de R$ 20 milhões aos cofres públicos.
Segundo a Delegada Karla Hermont, foi feita “copiagem” dos eletrônicos arrecadados e foram apreendidas duas armas de fogo. A Delegada contou, ainda, que havia muito dinheiro dentro de uma mala, encontrada na casa da mãe de um suspeito. “Ela não soube dizer a origem desse dinheiro, mas nas investigações consta que ela movimenta milhões na conta corrente do banco e tem procuração para o filho”, disse. Vários documentos de registro de imóveis e veículos foram achados pela PCMG durante a Operação “Paieiro”.
O trabalho foi mais uma ação conjunta desenvolvida no âmbito do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA) e contou com a participação de 18 policiais civis, três Promotores de Justiça, dois Delegados e 29 servidores da Receita Federa.